O corpo estendido na maca era de mulher. Coberto de carne dilacerada, o
peito aberto como se tivesse levado dezenas de facadas. Um corpo nu,
mais nada. Morto, abusado, seco de sangue e sujo de gozo. Estuprada. Uma
mulher que há pouco respirava. Há pouco sorria, chorava, vivia,
cantava...Fragilidade e frieza própria de quem morre. Morta, nua,
intocável, finalizada. Será que foi amada? Ou morreu só? Teria uma
história de vida ou a morte seria sua história? Ninguém sabe. Ninguém se
importa. Ninguém lhe daria rosas no túmulo.
Era um cheiro de éter insuportável!
-Merda! Meu pai bem que dizia: Seja dentista! E eu optei por médico legista. -Desculpe moça. Não fossem esses furos até que dava.
Guardou o membro, fechou o ziper da calça e empurrou a gaveta. Ela merecia um epílogo.
Era um cheiro de éter insuportável!
-Merda! Meu pai bem que dizia: Seja dentista! E eu optei por médico legista. -Desculpe moça. Não fossem esses furos até que dava.
Guardou o membro, fechou o ziper da calça e empurrou a gaveta. Ela merecia um epílogo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência.